Pesca: ONG Bloom é processada após publicação de lista de embarcações "destrutivas"

Esta intimação para comparecer perante o tribunal judicial de Paris ocorre após a publicação, pela Bloom, em março, de uma "lista vermelha" de cerca de 4.000 embarcações , incluindo quase 600 barcos franceses, acusadas de pesca de arrasto em áreas marinhas protegidas (AMPs). Uma prática denunciada como "destrutiva" pela ONG, mas legal na maioria das AMPs francesas.

"Esta lista vermelha dos chamados 'navios destrutivos', repleta de erros e revisada diversas vezes, indignou nossa profissão", disse Olivier Le Nézet, presidente do Comitê Nacional de Pesca Marítima e Agricultura Marinha (CNPMEM), em um comunicado à imprensa. Ele denunciou as "práticas inaceitáveis ​​da associação Bloom", que lançam "opróbrio sobre toda uma profissão".

Essa lista “traz uma apresentação distorcida da realidade, resultante de uma metodologia errônea e da extrapolação de dados irrelevantes do sistema automático de identificação de embarcações”, afirma a CNPMEM, para quem a presença em determinado momento de uma embarcação em um setor não fornece informações sobre sua atividade.

"A lista vermelha inclui, por exemplo, embarcações de pesca que não praticam pesca de arrasto, embarcações com menos de 9 metros de comprimento e até mesmo embarcações navais estrangeiras", ressalta o comitê.

O Comitê Nacional de Pesca, todos os comitês regionais, bem como os comitês departamentais da Bretanha, que estão apresentando o apelo, acreditam que "o apelo ao boicote da produção de muitas embarcações francesas" feito por Bloom — que ordenou que os distribuidores parem de se abastecer de arrastões que pescam em AMPs — "constitui uma clara situação de difamação contra os interesses" dos pescadores.

Bloom vem fazendo campanha há anos por uma proteção mais forte das áreas marinhas protegidas. Atualmente, apenas 1,6% da superfície das AMPs francesas se beneficia de proteção mais forte — e até mesmo 0,1% apenas para as águas metropolitanas.